quarta-feira, 13 de junho de 2007

A grande Porta



_Ufuuu! Apagou.
Não precisou tocar a campainha, a porta já estava aberta.
Subiu sem muita dificuldade, o pequeno lance de escada, logo depois da grande porta fumê.
Continuou em frente, observava o chão, um aspecto emborrachado preto, dos lados grandes compartimentos com ora, portas pequenas e aparentes puxadores ora, portas enormes com somente trincos prateados. Era um grande corredor.
Mais um lance de escadas.
Em frente, duas grandes portas de madeira. Um quadro, de forma abstrata, cores fortes, laranja, vermelho, azul, cinza; uma tela suja pelo tempo, uma pequena rubrica; chegará mais perto para tentar desvendar o escrito. E viu que era uma assinatura , a qual se lia, simplesmente Liia. Ainda, alguns centímetros à esquerda da grande e suja tela abstrata, mais compartimentos, agora simétricos, aparentavam caixinhas. Mas não dera muita importância.

Entre as duas grandes portas de madeira, um quase artesanal de tão simples cinzeiro, com uma areia esbranquiçada, mas já meio suja pelas cinzas. Não havia nenhuma bituca.
Colocou as mãos nos bolsos. Procurava.
Quando de repente abriu-se a grande porta de madeira, do lado esquerdo.
Dali, sai uma moça, apressada e jovem. Salta o primeiro lance de escada.
Nesse momento ele a vê, uma bela moça, apesar de ter visto-a só pelas costas, admira seu andar apressado porém, charmoso pelo grande corredor. Cabelos escuros, com uma bolsa mais escura ainda na mão direita. Ela já estava quase no segundo lance de escadas, quando percebe e ouve o toc – toc – toc de seus sapatos, que o desconcentra, ou melhor que o atenta, para a grande porta de madeira, que quase se fechando, o faria esperar ali mais alguns minutos.

Impede o fechamento da grande porta. Não vê a bela moça passar pela porta fumê.
Entra.
Demora um pouco para lembrar onde deveria ir. Sexto? Sem muita certeza é lá que aperta.
Sozinho.
Sente como estivesse sendo puxado, pela falta de suavidade da incursão. De tão rápido, nada consegue pensar.
Parou. Seguido de uns barulhos, que a grande porta emitiu.
Salta ali.

Uma escuridão falsa, por entre duas janelinhas entrava, uma modesta e tímida luz de Sol. Duas Janelinhas fechadas.

Agora são quatro grandes portas, duas à direita, e duas à esquerda. Três fechadas. A grande porta do extremo esquerdo, próximo a escada, entre aberta.
Mais um cinzeiro com sua também areinha esbranquiçada. Colocou as mãos nos bolsos. Procurava.
As escadas eram brancas, largos degraus. Subindo uma escuridão única, até assustadora, descendo, nem tão escuro, nem assustador. Senta-se ali por um minuto.
Três horas e quarenta e sete minutos.
Viu em uma das grandes portas, um recado, colado, escrito em um papel branco que o chamou atenção.
Levantou.
Mas continuou a observar a areinha esbranquiçada. Colocou as mãos nos bolsos.
Procurou.
Encontrou.
Dizia no maço suave, mas isso pouco observou, do bolso também tirou o fogo. –Tziiii!! Pequena chama.
Primeiro trago. Sente prazer. Esquecesse o por que levantará do largo degrau branco.
Perderá a conta dos tragos, mas o prazer continuava e, fazendo a areinha esbranquiçada, um pouco mais cinza.

Lembrou! Estava no lugar certo.
E começou a olhar aleatoriamente as grandes portas.
Apostou na da esquerda, perto da janelinha. A qual havia aberto a pouco, para dissipar o resultado de seus tragos.
Mas continuava a observar as grandes portas.
Depois de uns minutos, também apostou na da direita, e na do extremo esquerdo , que continuava entre aberta. Mas ainda não via.
Passaram vários tragos. E com suas ultimas esperanças e desejos, por fim apostou na da extrema direita. A qual havia lembrado do recado, que o chamara a atenção.
Mais alguns tragos.
Desiste de apostar de qual grande porta ela sairia.
Observara agora o silêncio! (de perceber que foi esquecido).
Quase no último trago.
Agora já esquecido por ela, aproxima-se da grande porta para ler o recado:
Ultimo trago.
- "Passei por aqui, e não te esqueci" assinado Liia!

Um comentário:

Lilian Piva disse...

Obrigada pelo elogio das mintagens de fotos no meu blog!

1 abço!